quinta-feira, 14 de maio de 2009
food design exposição
"Comer com os olhos"
Peter Behrens e o Werkbund
Neste período, Peter Behrens contou com a colaboração de Le Corbusier, de Walter Gropius e de Mies van der Rohe, tendo exercido grande influência na formação destes jovens arquitectos.
Após a Primeira Guerra Mundial, entre 1920 e 1924, realizou parte do complexo de edifícios da fábrica de produtos químicos IG-Farben, em Hochst, no qual se salienta o vestíbulo de entrada, coberto por uma cúpula prismática.
Entre 1922 e 1927 foi director da Academia das Artes de Viena, sucedendo a Otto Wagner.
Neste ano desenhou uma casa com terraço para integrar a exposição Werkbund, no bairro Weisenhof, em Estugarda. Esta associação de artesãos ingleses e alemães, era formada pelos arquitetos Hermann Muthesius e Henry van de Velde inspirada nos ideais de Walter Gropius. A Deutcher Werkbund pregava o renascimento das artes industriais a partir de uma colaboração entre designers e engenheiros. Onde apoiavam também a máxima de Gropius que dizia que a forma seguia a função e de que todo o ornamento deveria ser abolido.A Werkbund contribuiu, pela sua indústria, para a reconhecimento internacional da arte e da técnica alemãs, retirando à Grã-Bretanha a liderança industrial mundial. Não se demitindo das prerrogativas produtivistas, a Werkbund queria demonstrar que era possível atingir um elevado nível de qualidade na produção industrial, reconhecendo no design a inteligência e na máquina uma formidável ferramenta de trabalho.
"Na tecnologia eléctrica não se pode mascarar as formas com adições decorativas, porque a tecnologia eléctrica é uma nova área, devemos encontrar formas que representem o novo carácter da tecnologia."
Peter Behrens
Bauhaus no IADE sem preconceitos!
Apesar de ter passado por diversas alterações, o ensino na escola baseava-se na crença de que este, apoiado nos seus métodos tão próprios seria responsável pelas principais alterações nas artes e no design. Um dos objetivos principais da Bauhaus era unir artes e produzindo artesanato e tecnologia. A máquina era valorizada, assim como a produção industrial e o desenho de produtos.
O Vorkurs era o curso preparatório. Tratava-se de um curso exigido a todos os alunos.
Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos de aprendizagem, pois acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado por padrões herdados do passado, isto é, sem ideias pré-concebidas. Só após três ou quatro anos de estudo o aluno tinha aulas de história, pois assim não iria influenciar as suas criações.
Assim, no ambito da nossa aula com o professor Salomão, tivemos uma experiência estilo Vorkus-Bauhaus!
Um dia destes chegamos à aula e tinhamos um monte de jornais do dia em cima de uma secretária. No quadro podia ler-se, pela mão do professor: "Volto em 20 minutos. Façam Design!".
Assim foi: cada um de nós pegou nos jornais e noutros materiais que o professor pedira previamente, tipo canetas de filtro, lápis, pastéis, fita-gomada, etc, etc, e pusemos mãos à obra! E voilá!
Cada um de nós retratou uma experiência única com aqueles materiais e com uma ideia específica e nunca desinteressante em termos visuais e de inovação. No entanto, o professor chegou e percebeu que a maioria dos seus alunos daquela turma tinha efectivamente muitíssimos preconceitos em relação ao que é fazer design. Eu seria uma entre eles! Pois tentei fazer uma espécie de maqueta para um cadeeiro que me pareceu interessante. Outros colegas fizeram também objectos tridimensionais e até em duas dimensões (onde se aproximariam do objectivo...), mas estes também sem as relações necessárias ao exercício que viemos então a descobrir.
Se não vejamos: o que tinhamos nós? Jornais! ok. E o que tinham esses jornais em comum?? Eram todos do mesmo dia. Certo. Então para fazer Design o que seria mais interessante fazer?
Pegar nesses jornais e facilitar a leitura da informação do dia! Obviamente que fariamos uma triagem da informação comum a todos eles e, portanto, mais pertinente e depois criar uma linguagem interessante para a leitura e comunicação dessa informação, tornando-a, claro, o mais agradável possível.
E assim, alguns colegas atingindo o objectivo, outros não, entendemos os fundamentos da Bauhaus nas suas aulas de iniciação e partimos a partir de agora para uma concepção tão isenta quanto possível de pre-conceitos dos nossos objectos de design; partindo das coisas mais simples!